por Claudio Schapochnik*
Entre a avenida Brás Leme e o Aeroporto Campo de Marte, num pedaço bem tranquilo de Santana na Zona Norte de São Paulo, há uma casa que me surpreendeu muito positivamente com a qualidade, a execução, o sabor e a criatividade dos pratos. É o Brazza Ferro e Fogo, cujo cardápio foi desenvolvido pela famosa chef Paula Labaki, considerada a “rainha do churrasco”. Almocei no lugar há cerca de duas semanas. Com capacidade para 76 pessoas, o estabelecimento é dos amigos, sócios e amantes de carnes Fábio Milazzotto, Luccas Brito e Danillo Rocha.


Praticamente todo o cardápio da casa vem da grelha, “pilotada” com esmero pela equipe, mas a casa não é uma churrascaria clássica. É um misto de restaurante e lanchonete com uma “grande pegada” de barbecue — o churrasco feito nos Estados Unidos —, que serve basicamente opções assadas sobre o calor da brasa. Há carnes, sanduíches, acompanhamentos e sobremesas.
Há ainda o bar liderado pelo competente Laércio Zulu, que preparou um delicioso Clericot Brazza (vinho branco, água com gás, Contreau e frutas da estação, R$ 85). Estava ótimo e ajudou a refrescar aquele sábado de sol.


Vale destacar que a casa e os funcionários estão de acordo com as normas para evitar a propagação do novo coronavírus. Vale destacar ainda que a brigada — os garçons e as garçonetes — é simpática e atende bem.
AS ENTRADAS
O cardápio não é enorme e nem enxuto. Achei equilibrada a oferta de pratos, sanduíches, entradas, acompanhamentos e sobremesas.

Para dar início aos trabalhos, as entradas foram: Pulled Pork Nachos (R$ 35), Flat Iron com creme de queijos (R$ 60) e Batata Brazza (R$ 19). Não poderiam ser sido outras, pois estavam ótimas. Boa quantidade em cada porção. Trouxeram ainda uma porção da fogazza caseira. Ótima.
O nachos é servido com pulled pork (carne de porco assada), creme de queijos, molho barbecue da casa, sour cream e picles de jalapeño. A carne estava desmanchando, bem temperada e com um delicioso odor de defumada. Ótima para comer com os nachos e os molhos por cima. As rodelas de jalapeño poderiam ser em maior quantidade e mais picantes.

O Flat Iron, coberto com creme de queijos e pururuca, arrasou. Prato bonito aos olhos, tem a carne extremamente macia do corte extraído do dianteiro bovino. Perfeita! Combinou bem com o creme e o crocante do pururuca.

Por fim, a Batata Brazza coberta com creme de queijos e bacon millionaire. Aí o destaque foi para o bacon, super frito e caramelizado. Muito, muito saboroso. Sabores doce, defumado, salgado num crocante fabuloso.

OS PRINCIPAIS
Os pratos principais foram as carnes, e para cada uma um acompanhamento: Denver (R$ 76) e Mini panelinha de legumes grelhados (R$ 16); Chorizo (R$ 68) e Milho com páprica e nuvem de queijo (R$ 16); e Galeto (R$ 35) e Salada do Chef (R$ 23).
Os dois cortes de carne bovina (Denver e Chorizo) estavam fantásticos: chegaram nos pontos pedidos, de mal passada indo para quase ao ponto, super macios e saborosos. Ambos vêm com uma pequena porção de molho à campanha.


Em relação aos acompanhamentos das carnes, preferi mil vezes os vegetais grelhados, no ponto certo sem estar moles, ao insosso milho — cozido e finalizado na brasa e servido com nuvens de queijo coalho ralado e aioli.


A terceira combinação, do galeto com a salada, estava boa. Destaque para o aspargos e o picles de maçã verde no mix de folhas verdes com croutons de brioche e azeite de ervas. O frango vem com uma porção de farofa e uma de molho à campanha. Ambas poderiam ser maiores do que são.



A SOBREMESA
Também imagino que fiz a melhor pedida: Panqueca de doce de leite acompanhada de sorvete (R$ 18). Perfeita, deliciosa. Massa fina bem recheada no doce de leite, com cobertura de açúcar maçaricado e uma bola de sorvete.


A Brazza Ferro e Fogo é uma grata e saborosa surpresa. Ótimo cardápio, relação custo benefício bem equilibrada e comida muito saborosa. Super recomendo. Vida longa à casa.
Sobre o título desta crítica, acredito que muitos compreenderam; outros, talvez não. Explico. Fiz um trocadilho entre o nome do estabelecimento com uma gíria muito usada nos anos 1960 — “Brasa, mora?”. “Brasa” era algo como “legal”. E “mora” significava “entendeu”.
*A reportagem do site Que Gostoso! almoçou no Brazza Ferro e Fogo a convite dos sócios
SERVIÇO:
Brazza Ferro e Fogo
Rua Maria Curupaiti, 102, Santana, São Paulo/SP
Informações e reservas: (11) 2972-1644
Possui acessibilidade e ar-condicionado
Aceita cartões de crédito e débito
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