por CLAUDIO SCHAPOCHNIK
A Terra do Palmito, a tradução de Palmitolândia, não é “apenas” por ser uma propriedade produtora da espécie pupunha. Localizada em Iporanga, no Vale do Ribeira — distante 312 quilômetros da capital paulista —, a empresa de agricultura familiar, de forma enfática, caracteriza-se por ser ainda uma usina de criatividade ao explorar de várias maneiras o sabor do coração da palmeira.

Além de produzir e comercializar o palmito em si com a marca Vale do Pupunha, o casal proprietário Fábio Mayer Braga e Anna Gabriella Rodrigues faz, entre outras delícias, patês, doces, sorvete e até licor do heart of palm — como o produto é conhecido em inglês.
Conheci a Anna Gabriella e sua mãe, Ana Maria Araújo, no mês passado no Mesa São Paulo. O evento ocorreu no Memorial da América Latina, em São Paulo. A Palmitolândia estava na área da Rota Gastronômica do Vale do Ribeira, criada pela Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, em 2021, e integrada pela empresa.



“Trabalhamos com palmito pupunha há 20 anos, quando meu pai trouxe as mudas do Pará. Hoje temos 100 mil pés de pupunheiras”, disse a simpática Anna Gabriella ao QUE GOSTOSO!.
Nesse tempo de dedicação integral ao palmito pupunha, o casal Anna Gabriella e Braga, ambos nascidos em São Paulo, criou uma série de produtos interessantes e diferentes quando você ouve que são à base do coração da palmeira.
“Além do palmito tradicional, fazemos brigadeiro, licor, doce, patês, sorvete com calda de juçara, pão, cocada, pizza, bolacha e bombocado”, enumerou ela. “Cerca de 90% do palmito é constituído de fibra”, acrescentou.


AS PROVAS
No espaço da Palmitolândia, provei algumas das criações e me surpreendi com o sabor.
A “cocada” de palmito estava muito boa. A princípio, talvez por causa do açúcar, não percebi que não era coco. Uma coisa diferente. Bom. Que gostooooooso!
O licor de palmito… Nossa! Bem diferente também. Que gostooooooso! Em relação aos patês, gostei muito do de palmito com manjericão. Refrescante. Que gostooooooso!

Para concluir, provei o sorvete de pupunha com calda do coquinho da palmeira juçara. Os frutos da juçara podem ser explorados comercialmente, ao contrário do palmito dessa árvore — que é proibido por lei pois, para retirar o palmito, a planta é sacrificada.
Na boca, o sorvete tem um sabor de palmito gelado e dá para sentir as fibras. De fato, ficou melhor com a calda da juçara — que lembra o açaí na cor e no sabor. Boa e exótica combinação. Que gostooooooso!

TURISMO RURAL
Na Palmitolândia, o casal Anna Gabriella e Braga criou uma série de atividades tendo como foco desde o cultivo até a degustação do pupunha.
A propriedade recebe turistas, que devem agendar com antecedência a visita. “O programa de três a quatro horas custa R$ 120 por pessoa”, disse ela. “É uma imersão muito legal na natureza, pois há travessia de rio, tem queda d´água, trilhas etc.”
Na parte do cultivo do pupunha, “passo muitos aspectos da espécie e, com o facão, ensino a cortar o palmito”.
Ao final há uma experiência gastronômica com o pupunha preparada por Anna Gabriella.

CAVERNAS DO PETAR
Caso você for à Palmitolândia e quer aproveitar mais o turismo na região, a dica é conhecer as cavernas — a mais famosa é a do Diabo —, cachoeiras e outras belezas naturais do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar). Para mais informações, clique aqui.
SERVIÇO:
Palmitolândia
Estrada Iporanga — Barra do Turvo, Km 10, Iporanga/SP
Whatsapp: (11) 99983-7848 e (11) 99655-1214
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