por CLAUDIO SCHAPOCHNIK_No interior/TUNÍSIA
Em muitas partes do Brasil, a carne usada no churrasco, aquele bem popular e feito na calçada de ruas e avenidas, para comer no local em pé acompanhado de no máximo uma farofinha e pimenta, ou levar para casa, é a bovina e de frango.
Ambas as carnes são assadas em churrasqueiras simples. A de boi, geralmente, é apresentada picada e servida em espetinhos de madeira. A de frango é quase sempre feita inteira onde, na venda, o churrasqueiro “dá” uma porção de batata assada ou farofa.
Na Tunísia, uma parcela dos tunisianos também adora esse tipo de churrasco popular. Mas nesse extraordinário país norte-africano e muçulmano, que conheci numa viagem com um grupo de agentes de viagens brasileiros, em maio passado, constatei que o tipo de carne muda. Eles preferem a de carneiro, sendo que o início tem preparo muito particular.



[Pessoas sensíveis, por favor, parem a leitura por aqui. Pois a seguir as descrições são bem pesadas para vocês.]
Tudo é feito numa mesma área: desde o abate do carneiro até a preparação da carne do mesmo na brasa.
Observei isso através da janela do ônibus na beira das estradas que cruzam pequenas cidades principalmente no Sul, a parte desértica do país. “Entre outras pessoas, muitos motoristas de caminhão gostam de comer o churrasco de carneiro nesses pontos”, me contou o guia de turismo do grupo, Kamel Khaled.
ABATE LOCAL
Essas churrascarias populares, pelo que observei, têm as churrasqueiras na calçada. Ao lado, fica uma um “armário” de vidro, onde o ovino inteiro e já limpo fica guardado, de cabeça para baixo.
Diferentemente do que há no Brasil, pelo que vi, há um salão num imóvel em frente. Lá que devem estar as mesas onde as pessoas comem e são atendidas de um modo mais amplo.


Perto dessa infraestrutura externa, há vários carneiros vivos. Presos com cordas, somam grupos com quatro, cinco. É o chamado “carneiro de leite”, bem jovem. Alouch hacib, escreveu o guia Khaled nos alfabetos latino e árabe gentilmente no meu caderno de anotações.
Na saída do perímetro urbano de uma cidadezinha, numa fração de segundos, vi através da janela do ônibus um carneirinho tremendo, agonizando no chão da calçada. Em volta havia outros animais, vivos. Tenso.
Segundo me disse Khaled, a carne é temperada com alecrim e zaatar, que é uma mistura de temperos, e aí segue para a grelha para ser assada na brasa.
Pelo menos nessas churrascarias populares tunisianas, o cliente jamais pode reclamar que a carne não é fresca. Jamais.
Informação de bastidores: esse texto é 100% baseado apenas no que observei, com os complementos do guia de turismo do grupo. Não visitei nenhuma dessas churrascarias populares e, por isso, não provei a carne. Em relação as fotografias, apenas a que abre a matéria não é minha e a publiquei como imagem ilustrativa. As demais são minhas e foram tiradas num açougue no mercadão de Sousse.
SERVIÇO:
Flot Viagens
Lufthansa
Turismo da Tunísia
O QUE GOSTOSO! viajou a convite da Flot Viagens, voando Lufthansa e com apoio do Ministério do Turismo e Artesanato da Tunísia, do Escritório Nacional de Turismo da Tunísia e da Gold Experiences, receptivo da operadora brasileira naquele país
Os animais amarrados para serem mortos também me entristeceu, não só os carneiros mas os dromedários jovens também!! Schapo obrigada pelos momentos de recordação dessa viagem inesquecível!!