Dupla promete empanada original de Buenos Aires 12 Foto Claudio Schapochnik Que Gostoso

Dupla promete empanada original de Buenos Aires

por CLAUDIO SCHAPOCHNIK

Com o objetivo de produzir e vender empanadas com a alma e cultura originais de Buenos Aires, a capital da Argentina, dois empreendedores da comunidade judaica, o argentino Gabriel Azubel e o brasileiro Moritz Landshoff, se uniram para criar o negócio com sede em São Paulo. Os trâmites já começaram, e eles esperam, em breve, iniciar a produção e as vendas.

Azubel e Landshoff concederam uma entrevista exclusiva ao QUE GOSTOSO! em uma padaria em Higienópolis (região central da capital paulista), na semana passada, onde deram detalhes do projeto.

“Na Argentina a empanada vai além da gastronomia: é uma cultura, é apaixonante e esse salgado assado agrega pessoas ao seu redor, de preferência com um bom vinho malbec”, define Azubel, natural de Mar del Plata — cidade à beira do Atlântico e distante pouco mais de 400 quilômetros ao Sul de Buenos Aires.

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No alto a assadeira com as empanadas de Gabriel Azubel e, acima, ele com o sócio, Moritz Landshoff (foto Claudio Schapochnik/Que Gostoso!)

Em termos de popularidade e aceitação, “a empanada é a coxinha por aqui”, compara Azubel, que voltou a viver no Brasil depois de passar os últimos dez anos em Buenos Aires. Lamentavelmente, a economia no país vizinho está bastante mal.

Assim como a coxinha, a empanada na Argentina é encontrada em cada esquina e há várias receitas. “Cada uma tem as particularidades relativas ao recheio e à massa, que variam de acordo com a cidade e Província.”

Ele teve a ideia de empreender no ramo alimentício com a empanada, pois teve um histórico feliz quando vivia em Buenos Aires. “Fazia o salgado em casa e nas festas. Familiares e amigos começaram a encomendar e aí resolvi ir por esse caminho aqui no Brasil”, lembra.

Dupla promete empanada original de Buenos Aires Foto Pixabay
Um dos cartões-postais de Buenos Aires: o Obelisco, na Avenida 9 de Julho (foto Pixabay)

SEM INVENCIONICES
No projeto com o sócio Landshoff, o empreendedor argentino quer fazer empanadas sem invencionices e modismos brasileiros e com a originalidade porteña — gentílico da Cidade Autônoma de Buenos Aires, nome oficial da capital argentina — mais próxima possível. “Não mediremos esforços para trabalhar com os melhores insumos.”

“A massa da empanada é feita com farinha de trigo, água, sal e manteiga, e o ´segredo´ está nas proporções dos ingredientes”, revela Azubel, um profundo observador da realidade argentina, que fala com propriedade e, pela triste situação atual, com uma certa melancolia de seu país natal.

Em relação aos recheios, a dupla pretende trabalhar com quatro ou cinco sabores, que ainda não foram escolhidos. Para se ter uma ideia em Buenos Aires, recorda Azubel, os sabores mais produzidos são de carne picante, carne suave, presunto com queijo, verdura (acelga com bacon) e muçarela.

O molho de chimichurri não será oferecido, nem o de pimenta. “Ao contrário do que já vi por aqui, na Argentina não se coloca chimichurri na empanada; este é pra comer com carne e choripán (pão com linguiça)”, enfatiza Azubel, tudo em nome, mais uma vez, de oferecer uma experiência autêntica de comer o salgado argentino.

RETIRADA E ENTREGA
A dupla estudou o mercado e mapeou os concorrentes na cidade de São Paulo, que cobram, em média, R$ 8,90 por cada empanada.

No início os sócios dizem que o projeto não contempla uma loja com mesas. “O custo hoje é bastante alto”, explica Landshoff, que comercializa lácteos uruguaios e argentinos há 40 anos no Brasil.

“A ideia é termos um ponto de produção, ainda não escolhido, com retirada e entrega e também vender em mercados”, completa.

E o público kasher? “Num primeiro momento não vamos atendê-lo, mas, se houver interesse, poderemos trabalhá-lo no futuro”, salientam os sócios.

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Vendedor de bandeiras argentinas na Praça de Maio, no centro de Buenos Aires (foto Claudio Schapochnik/Que Gostoso!)

EMPANADA É BEM SABOROSA
Logo após minha entrevista, conheci as empanadas de Azubel, que ele gentilmente trouxe para prová-las.

A massa não estava pesada. Externamente, a superfície tinha áreas escuras que muita gente, equivocadamente, diria que passou do ponto e ficou “queimada”. Nada disso. Faz parte do modo argentino de assar as empanadas.

Em relação aos sabores, havia de carne picante e carne suave. Na primeira, picada na ponta da faca e a segunda, moída. Em ambas não havia espaço para o vento, ou seja, estavam bem recheadas.

Quanto ao sabor, as duas estavam bem temperadas, mas minha preferência foi para a picante. Esta, além da carne, tinha batata, pimentões vermelho e verde, pimenta calabresa, cominho e orégano. Até repeti. A suave, como o nome diz, é bem leve mesmo.

Pelo menos para estes dois sabores, super recomendo.

CONTATO:
Gabriel Azubel
Whatsapp: (11) 99301-8707
gabrielazubel@hotmail.com

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