DA AGÊNCIA MINAS
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, anunciou nesta terça-feira (29/3) o reconhecimento da região de Diamantina como produtora de Queijo Minas Artesanal. A publicação vai beneficiar diretamente 42 produtores, entre tantos outros envolvidos. A mais recente região caracterizada abrange nove municípios: Diamantina, Gouveia, Datas, Monjolos, Couto de Magalhães de Minas, São Gonçalo do Rio Preto, Felício dos Santos, Senador Modestino Gonçalves e Presidente Kubitschek.
Com o reconhecimento concedido pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), por meio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), entidade vinculada ao órgão, essa passa a ser a nona região de Minas Gerais reconhecida oficialmente como produtora do tradicional queijo mineiro.

Publicada pelo IMA no Diário Oficial do Estado, a portaria teve como base um estudo técnico produzido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), também vinculada à Seapa.
Para fazer o estudo da região queijeira de Diamantina, a Emater-MG levou em consideração o processo de fabricação, as características sensoriais e os aspectos gerais do queijo, além do perfil dos produtores e das propriedades. A empresa também fez o levantamento dos aspectos tradicionais e as evidências da produção de queijo nos municípios (documentos, publicações, fotografias, relatos). Outro aspecto pesquisado foi a caracterização integrada do meio físico da região estudada, baseada na análise das unidades de paisagem.
DIFERENCIAÇÃO
Durante o anúncio, o governador Zema fez um agradecimento a todos os envolvidos que contribuíram para que Minas reconhecesse mais uma região produtora de queijo Minas artesanal: produtores, associação, Seapa, Emater, Epamig e IMA.
“O produto feito artesanalmente, que não tem nada semelhante, adquire valores que fogem ao padrão comercial. O que temos procurado fazer em Minas é essa diferenciação de produtos únicos. O queijo de Diamantina vai caminhar nesse sentido. Isso significa um produtor melhor remunerado. A cidade vai atrair mais turistas, porque quem consome quer conhecer. Estamos começando uma era nova na cidade”, afirmou.
Zema também lembrou aos demais participantes que os produtores de queijos em Minas vão para a Europa participar de eventos internacionais e que são premiados entre os melhores do mundo.

APRODIA
Com o reconhecimento do Estado, o presidente da Associação dos Produtores de Queijo da Região de Diamantina (Aprodia), Leandro Pereira de Assis, que espera aumentar o número de associados e fortalecer ainda mais do setor.
Com a caracterização da região de Diamantina, Assis pretende se unir aos produtores de vinho e cervejas artesanais para implementar as rotas gastronômicas. “O turista terá mais um atrativo ao visitar Diamantina. É mais uma forma de alavancarmos o desenvolvimento da região”, disse. Outro plano é criar um ponto de venda no Centro Histórico.
A ideia de formar a associação surgiu depois que os produtores visitaram algumas propriedades da Serra da Canastra, também em Minas Gerais. “Nesta visita, o presidente da associação de lá nos sugeriu criar uma a entidade para sermos mais fortes e termos representatividade”, explicou.
Por meio da Aprodia, os produtores têm acesso a cursos de capacitação com universidades e Sebrae. A associação também é responsável pela captação de recursos por meio de emendas parlamentar, que são aplicadas na realização do Festival do Queijo de Diamantina e compra de implementos, por exemplo.

BENEFÍCIOS
A caracterização da região de Diamantina vai trazer para os produtores locais a possibilidade de ter um nome coletivo para o produto, com maior valor agregado, e a divulgação da região, abrindo caminho para o crescimento das atividades turísticas locais com visitas às queijarias.
A medida também traz a possibilidade de os produtores conquistarem uma Indicação Geográfica, que é um registro concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e que reconhece a reputação, as qualidades e as características, vinculadas ao local de origem do produto, e que é reconhecido mundialmente.
A secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, destaca a importância da medida.
“A identificação da região como produtora de Queijo Minas Artesanal significa que o Governo de Minas reconhece que os produtores locais seguem o processo tradicional de produção, utilizando leite cru, coalho, pingo (fermento natural), sal e prensagem manual. Além disso, a portaria reforça o apelo histórico e cultural dessa região para a produção desta tradicional iguaria mineira. Por se tratar de uma região com forte vocação turística, certamente a caracterização trará ainda mais desenvolvimento para os produtores e para os municípios”, avaliou.
De acordo com a secretária, agora os produtores de Diamantina vão poder colocar em seus rótulos que o queijo é produzido em uma região com mais de 230 anos de história na produção e que agora são reconhecidos.
Além da região de Diamantina, mais oito regiões já são reconhecidas como produtoras de Queijo Minas Artesanal: Araxá, Campos das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro e Serras da Ibitipoca.
Segundo levantamento da Emater-MG, são 7.063 estabelecimentos destinados à produção dos diversos tipos de queijos artesanais. Neste grupo, o destaque é o Queijo Minas Artesanal. São 3.103 agroindústrias em Minas Gerais. A produção estimada é de 21,8 mil toneladas por ano, o que representa 65,2% da produção dos queijos artesanais das agroindústrias familiares.