por Claudio Schapochnik_Artur Nogueira/SP

Domingo passado, Dia das Mães, fui passear com minha esposa e os dois filhos dela em Holambra (“Hol” de Holanda, “Am” de América e “Bra” de Brasil) — a cerca de 130 quilômetros ao Norte de São Paulo. Nenhum conhecia a cidade fundada por imigrantes dos Países Baixos na década de 1940. Além de andar nas ruas comerciais com painéis fotográficos imensos e fachadas de prédios semelhantes às da nação europeia e ver o enorme moinho, visitei duas produtoras de plantas, sobretudo flores (o core business do município), com a agência Oma Glas Turismo. A surpresa, que só minha esposa sabia (foi um presentão dela para mim), era que o passeio incluia uma propriedade produtora de pimentas — o Sítio Joeljer. Eu que sou pimenteiro apaixonado, adorei os produtos.

Fomos no carro do guia de turismo da Oma Glas, André, nascido em Holambra e descendente das primeiras famílias dos Países Baixos que vieram para Holambra e também fluente em neerlandês e inglês. Cara bacana, de bom humor.

Pegamos uma avenida asfaltada que depois virou uma estrada de terra. A área urbana de Holambra é bem pequena. Lá praticamente cada metro quadrado é voltado ao agronegócio. Só depois que, vendo no mapa, percebi que o Sítio Joeljer fica num município vizinho, o de Artur Nogueira.

Pensei, e também pensou a minha esposa, que iríamos ver plantações de várias espécies de pimentas, desde a inofensiva biquinho até as “nucleraes” como a carolina reaper e a bhut jolokia, passando pelas bem picantes habanero, dedo-de-moça e malagueta.

Que nada… Neste quesito, a visita foi uma decepção. O terreno estava limpo, pois já havia ocorrido a colheita. Pena. Queria demais ver as pimenteiras.

Um dos donos do sítio, bem simpático, nos recebeu em frente a uma casa, talvez a sede da empresa fundada em 1986, com varanda grande, mesas e árvores. Em frente há um lago artificial cheio de tilápias e carpas.

AS PROVAS
Após discorrer sobre as pimentas, pediu para que ficássemos em frente a uma mesa com os produtos que sua empresa faz com as pimentas: molhos, pastas, conservas, geleias e macerados. Há ainda cachaça também. Tudo feito de maneira artesanal. As provas são feitas com bolachas de arroz.

O portfólio é grande. Provei uns dez produtos tipos. Todos muito bons, bem saborosos e alguns têm umas combinações interessantes. Exemplos: pasta de malagueta com mel e cachaça; macerado de biquinho com mexicali; purê de maçã, gengibre e pimenta; e geleia de abacaxi, hortelã e pimenta.

No que toca à picância, todas as que provei foram de quase nada a um bom nível. Somente, como deveria ser, a carolina reaper foi a mais forte: minha língua foi “frita” por uns dez minutos, fiquei vermelho e meus olhos lacrimejaram. Mas valeu a pena.

Achei interessante que o sítio vende ainda pimentas biquinho e carolina reaper inteiras e secas.

Os preços lá, os mesmos da loja virtual da empresa, começam em R$ 12 — a unidade do vidro de 50 ml de molho de variadas pimentas. Acabei comprando duas: geleia de abacaxi, hortelã e pimenta e pasta de malagueta com cachaça.

Caso você esteja em Holambra, recomendo a visita e a compra dos produtos. Pelo que ouvi dizer as pimenteiras estão carregadas no final de cada ano. Talvez seja melhor voltar nesta época e, assim, a visita ser muito mais interessante e completa. Também você pode comprar os produtos pelo e-commerce.

SERVIÇO:
Sítio Joeljer
Rua Estrada do Bairrinho, s/n, Artur Nogueira/SP
Aberto aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h; durante a semana, somente com agendamento
Whats App: (19) 99231-4334 e (19) 99120-2340
Facebook, Instagram