por Claudio Schapochnik_Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí e Santo Antônio do Pinhal/SP
Desde 2018, viajei várias vezes para três municípios na área da Serra da Mantiqueira paulista — Campos do Jordão, São Bento do Sapucaí e Santo Antônio do Pinhal. Motivo: sou fascinado pela natureza e pelo clima desta região, somado às boas e variadas opções de hospedagem, turismo culinário, restaurantes e atrações diversas. Sim, no inverno, a Mantiqueira fica mais charmosa pelas temperaturas baixas, no entanto viajar nas demais estações para conhecer os encantos de lá vale muito a pena.
Elaborei abaixo uma lista com quatro atrações, todas gratuitas, que você pode visitar (e aprender muito) e, em algumas delas, até comprar o que o estabelecimento exibe ou produz. Há um orquidário, dois lugares ligados ao artesanato e um da área de design de móveis.
Por causa da pandemia da Covid-19, vale a pena ligar antes para saber os dias e horários para programar direitinho a sua visita. Espero que você goste das dicas e as aproveite.
André Marx — Santo Antônio do Pinhal
Para quem gosta de design, a visita ao atelier e à loja do designer autodidata André Marx é um prato cheio. Fica na bucólica Estada do Lageado e não tem como errar: uma enorme placa amarela, com o nome do artista, indica o local no número 2.600.
Formado em física pela PUC-SP, André cultiva um gosto especial por ferramentas e madeira há muitos anos e isso, naturalmente, deu no que deu: o desenho e a produção totalmente artesanal de belíssimos objetos, como cadeiras, luminárias, aparadores, bancos, mesas e outros objetos.


O atelier e a loja de André ficam dentro de uma propriedade com muitas árvores. Há estacionamento. No caminho até a loja, você vê as instalações onde ele transforma a madeira em lindas obras de arte para serem utilizadas.
A loja fica no térreo de sua casa. Lá estão expostas as obras dele, todas à venda, em meio a uma biblioteca e a bonitos quadros de autoria de seu pai, já falecido, o arquiteto e artista plástico Antônio Augusto Marx.
Bastante falante e também apaixonado por genealogia, André é um artista muito talentoso. Vale demais uma visita. Para mais informações: tel. (12) 3666-1523 e site.



Arte no Quilombo — São Bento do Sapucaí
Situado na zona rural da cidade, no Quilombo, o Arte no Quilombo é um grande galpão onde está exposto, e à venda, a linda produção dos mais de 70 artesãos deste bairro. Para alegria de quem visita, é um mundão de talento e criatividade envolvido na transformação da palha do milho e da bananeira em objetos decorativos.



Lá dentro há uma verdadeira “explosão” de cores por meio de flores, ramalhetes e folhas, entre muitos outros artesanatos produzidas pelas sensíveis mãos dos artesãos.
Todas as obras têm o nome de quem as fez. Em relação à venda, grande parte do valor fica com o artesão e o restante fica para a manutenção do No Quilombo. Justo.
Os preços são bem acessíveis, e é praticamente impossível você sair de lá sem pelo menos uma lembrança. Imperdível. Para mais informações, clique aqui.



Café com Orquídea — Santo Antônio do Pinhal
Como o nome denota, é um misto de orquidário, a atividade principal do estabelecimento, com um café que vende várias comidinhas e bebidas.
De propriedade de uma família com origens orientais, o lugar reúne várias espécies de orquídeas — uma mais linda que a outra — e também pequenos cactos e suculentas. Tudo está à venda e pode ser observado e fotografado numa boa. Há estacionamento.




Lá o que mais me chamou a atenção foram algumas orquídeas que, ao bater os olhos, lembravam mais aquelas aranhas com enormes pernas. Um misto de surpresa e um pouco de medo.
O pessoal do Café com Orquídea é bem simpático e está pronto a dar qualquer explicação sobre as flores. Em relação ao café, não provei nada — o lugar foi a primeira visita depois do ótimo café da manhã que tomei na pousada. Motivo aceito, né? Rs…
Vá com o bateria do seu celular bem carregada, pois você vai fazer muitas fotos. Para mais informações, clique aqui.





Mãostiqueiras — Campos do Jordão
É um projeto sócio-cultural muito, mas muito bacana. Basicamente, transforma a lã de ovelhas e carneiros criados na cidade, que antes eram jogadas fora após a tosquia, em peças de vestuário e decoração. Bravo para a idealizado do Mãostiqueiras, Juliana Müller Bastos.
As mulheres envolvidas na criação dos ovinos receberam conhecimento e, por meio de seu talento e sua criatividade, começaram a produzir peças que estão à venda no galpão onde fica a sede do projeto.



A visita por lá começa com uma pequena e super interessante apresentação de Juliana, ou outra pessoa do Mãostiqueiras, sobre o processo que a lã percorre desde quando está na pele do animal até quando vira um cachecol, por exemplo.
Depois é ver os diversos produtos artesanais para decorar e vestir. A vontade é de comprar muita coisa, dada à beleza dos trabalhos. Todos estão identificados com o nome da artesã que o fez, que recebe uma parte do valor. A outra parte serve para a manutenção do projeto. Justo.



Há ainda a linha de higiene e beleza derivados da lanolina — gordura extraída do beneficiamento da lã, numa explicação bem curta —, elaborados pela parceira do projeto Casa da Ovelha, que fica no Rio Grande do Sul. O sabonete é maravilhoso.
A visita vale super a pena. Para mais informações, clique aqui.