por Claudio Schapochnik
Foi por acaso que descobri há alguns meses, junto com minha esposa, o Philip “Phil” Rosenthal na Netflix, com a sua maravilhosa série documental que une sobretudo gastronomia e turismo (sem mostrar o hiperexplorado de cada lugar) e, muitas vezes, ativismo social chamada Somebody Feed Phil — Alguém Alimente Phil, na tradução para o português. Virei fã dele e de sua série imediatamente.
Esta quarta temporada de Somebody Feed Phil, iniciada em 2018 sempre na Netflix, entrou no ar em 30 de outubro e contempla cinco destinos: Rio de Janeiro — sua primeira vez no Brasil —, São Francisco (Estados Unidos), Cingapura, Delta do Mississippi (EUA) e Havaí (EUA). Destes cinco episódios, só falta ver o sobre o arquipélago estadunidense no Pacíficio. Quem conhece o Phil deve estar adorando. Agora quem não conhece, sugiro ver desde o início. Hiper recomendo! Ele é ótimo, e a série, mais que maravilhosa!

Produtor e escritor de televisão estadunidense, nascido no distrito do Queens, em Nova York em 1960, Phil mostra a culinária de chefs, cozinheiros e cozinheiras em estabelecimentos de várias cidades ao redor do mundo com super bom humor, carinho, respeito e paixão. Tem um apetite bastante voraz e, mesmo assim, é magro!
Assim como nas três temporadas anteriores, aprendo, me divirto, me emociono, dou muitas risadas com o jeito engraçado dele (suas expressões faciais são hilárias), com o seu bom humor e as suas tiradas e fico doido de vontade em provar muitas das comidas e bebidas que ele saboreia. Nossa, ele come com tanto gosto… É cativante!
De tudo o que ele já exibiu até o momento, não sei eleger o que mais me chamou a atenção e, sobretudo, vontade de comer. Diria que há uma lista beeem grande! Imperdível para quem gosta de comer. Ah! Ele adora pimentas, daquelas bem ardidas, e molhos picantes, daqueles bem fortes.
As imagens das comidas do programa são sensacionais. Phil é muito comunicador e quase sempre come na companhia não apenas de quem fez tal prato, mas com quem conheceu naquele momento. Destes encontros saem muitas histórias interessantes. Generoso, muitas vezes ele compartilha suas porções com outras pessoas, que também conheceu no momento da gravação.

Phil tem aquele jeito de paizão. Não apenas com os dois filhos que têm com a esposa, Monica, mas com as crianças que ele interage nos episódios da séria. E os pequenos adoram ele. O pessoal da terceira idade também se apaixona por ele.
Ah! Ainda neste tema, vale lembrar que Phil sempre conversa sobre a viagem e as comidas com os seus pais — Max e Helen, um doce, simpático e bem humorado casal idoso. Isso ocorreu nas duas primeiras temporadas. Helen morreu em 2019 e deixou uma grande lacuna também junto aos fãs da série. Sim, Phil continua a conversar com Max, sempre acompanhado pela nora, Monica. Seu pai adora contar piadas.
Phil tem orgulho de sua condição de judeu — assim como eu —, e muitas vezes ele põe isso pra fora, seja numa piada, na visita a estabelecimentos de comida judaica ou em comentários. Não é religioso — assim como eu — e come porco, frutos do mar e carne com leite e/ou laticínios — proibidos de acordo com a Cashrut, conjunto de leis dietéticas do povo judeu.
Phil as vezes implica. É o caso dele com os guardanapos de papel, que têm de ser suaves, macios e absorventes. Em Buenos Aires detestou o guardanapo de um estabelecimento. Em Seul também reclamou deste acessório fundamental quando se come ou bebe. Na capital argentina, o papel era duro e sem ser absorvente. Na mesma hora lembrei-me daqui de São Paulo: as pastelarias de rua e de barracas em feira quase sempre usam este tipo. Realmente, não absorvem nada… Rs…

Depois do Rio de Janeiro, Phil, espero, deveria voltar ao Brasil mais algumas vezes. Creio que a gastronomia de São Paulo, Belo Horizonte/Tiradentes, Salvador, Belém e Manaus merecem estar na sua série — e tenho certeza que ele iria gostar muito.
Confira as cidades das temporadas anteriores: primeira — Bancoc (Tailândia), Saigon (Vietnã), Tel Aviv (Israel), Lisboa (Portugal), Nova Orleans (EUA) e Cidade do México (México); segunda — Veneza (Itália), Dublin (Irlanda), Buenos Aires (Argentina), Copenhagen (Dinamarca), Cidade do Cabo (África do Sul) e Nova York (EUA); e terceira — Marrakesh (Marrocos), Chicago (EUA), Londres (Reino Unido), Seul (Coreia do Sul) e Montreal (Canadá).
Como fã do Phil, meu desejo é conhecê-lo pessoalmente, fazer alguma refeição com ele e assistir a muitos, muitos novos episódios que ele e sua competente equipe produzem. Até os 120 anos, Phil! Vida longa, Somebody Feed Phil!