por CLAUDIO SCHAPOCHNIK_El Jem/TUNÍSIA
Minha referência visual da Tunísia, até conhecer este maravilhoso país no mês passado, sempre foi o anfiteatro de El Jem (fala-se El Djem, em árabe) — Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1979 e o segundo maior do Império Romano, perdendo apenas para o de Roma. Então conhecê-lo pessoalmente foi um ponto sensacional dessa viagem. Mas pode haver algo tão grandioso e impressionante, do ponto de vista do trabalho e talento humanos, pertinho desse edifício lindo de pedra? Na minha opinião, sim.
Refiro-me ao Museu Arqueológico de El Jem, recheados de mosaicos tão sensacionais e perfeitos que parecem fotos em alta definição das pessoas e cenas naqueles tempos romanos há 2 mil anos.


O grupo de agentes de viagens brasileiros, do qual fazia parte, teve a mega felicidade de o nosso guia de turismo, Kamel Khaled, incluir esse museu na visita.
Até o final deste texto você vai entender — e, creio, concordar comigo —, caro(a) leitor(a), o motivo pelo qual é crucial e complementar a visita ao museu para ver os mosaicos depois do colosso do anfiteatro.




O ANFITEATRO
O anfiteatro de El Jem é uma joia arquitetônica romana. Ainda que não goste muito fazer comparações, não há como escapar: é muito semelhante ao icônico anfiteatro da capital do império, Roma — oficialmente Anfiteatro Flávio e informalmente chamado de Coliseu.
Seguem as dimensões do anfiteatro em Roma: 188 metros de comprimento, 156 metros de largura e 57 metros de altura. A capacidade poderia chegar a 80 mil pessoas, a data da construção é do século 1 e também integra a lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco desde 1980.



Construído no século 3, o anfiteatro tunisiano tem 140 metros de comprimento por 122 metros de largura e 35 metros de altura. Tinha uma capacidade estimada entre 28 mil e 35 mil espectadores, que assistiam a espetáculos como lutas entre gladiadores e disputas entre feras e, depois, de animais com homens. Tudo dentro da política romana do panem et circenses — alimento e diversão, em latim.
O anfiteatro não está totalmente completo por uma série de ações humanas com o passar do tempo. Lá atrás foi por obra dos vândalos e por bombardeios otomanos no século 18. Mais recentemente, por bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Gostei demais de visita ao anfiteatro de El Jem. Um ponto interessante foi caminhar na galeria subterrânea, no centro do palco. Lá que passavam as carruagens com leões e outros animais ferozes para serem soltos aos espetáculos.



Vale lembrar que, assim como em Cartago e Dougga, quando o Império Romano conquistou o que era El Jem já havia um outro povo por lá. Eram os cartagineses, cuja cidade na época chama-se Tisdro, Thysdrus em latim. Os romanos a conquistaram, a rebatizaram de Colonia Thysdritania e conviveram durante um tempo com os cartagineses.
Distante cerca de 40 quilômetros do mar, onde fica hoje a cidade tunisiana de Sfax, a Colonia Thysdritania tinha uma vida muito dinâmica. Daí o fato de os romanos construírem um anfiteatro bem grande. Segundo o guia Khaled, o edifício foi construído com pedras de mahdia, “fáceis de talhar”.


OS MOSAICOS
Depois de conhecer o anfiteatro, o grupo seguiu para o Museu de Arqueologia de El Jem. Imperdível, maravilhoso. As obras mostram as pessoas, divindades e cenas do cotidiano na Colonia Thysdritania.
De acordo com Khaled, “é a maior coleção de mosaicos romanos”. Não vou “encher linguiça” com mais texto. Convido você, caro(a) leitor(a), para ver as fotos que fiz desses trabalhos sensacionais. Confira abaixo.

















E aí: os mosaicos não são maravilhosos?
Portanto, a visita ao Museu de Arqueologia de El Jem tem de ser feita. É fundamental. Se souber de alguém com malas prontas para a Tunísia, já passa essa super dica.
SERVIÇO:
Flot Viagens
Lufthansa
Turismo da Tunísia
O QUE GOSTOSO! viajou a convite da Flot Viagens, voando Lufthansa e com apoio do Ministério do Turismo e Artesanato da Tunísia, do Escritório Nacional de Turismo da Tunísia e da Gold Experiences, receptivo da operadora brasileira naquele país