por CLAUDIO SCHAPOCHNIK_Túnis/TUNÍSIA
Túnis é o portão de entrada para o turista que visita a Tunísia. O aeroporto internacional é por onde chega grande parte dos visitantes internacionais.
Na capital tunisiana, que reúne mais de 800 mil habitantes e, se somado os subúrbios, mais de 2 milhões de moradores, sugiro conhecer o centro pulsante representado pela Medina de Túnis. Lá os cinco sentidos são aguçados a partir de uma caminhada sem pressa, sem destino.


No entanto, sugiro começar o passeio algumas quadras antes, na Avenida Habib Bourguiba, nome do primeiro presidente do país após a independência dos franceses (1956), e depois na Avenida da França.
Por quê? Porque há um boulevard no canteiro central, com árvores, e a Praça da Independência. Nos dois lados das avenidas Habib Bourguiba e da França há também cafés, mas minha sugestão é tomar o café ou chá dentro da Medina.



A Avenida da França vai dar na Praça da Vitória, há uma espécie de arco, no estilo árabe e bem bonito, e chafarizes. As ruas que partem deste ponto para trás formam a Medina de Túnis.
Datada do século 13 e construída entre três lagos, a Medina, que passou por várias fases, é um emaranhado de pequenos prédios distribuídos por ruas, ruelas e passagens. Lá estão residências, oficinas artesanais, restaurantes, lojas, cafés e mesquitas.
Por essas vias, há muita gente andando para lá e para cá. Assim como em outras Medinas de grandes cidades árabes, na de Túnis tome cuidado.


PASSEIO SOB CUIDADOS
“Ladrões na Medina são muito educados: você jamais vai sentir ele levar sua carteira, seu dinheiro ou seu celular.” Foi dessa forma, digamos, polida, que o guia de turismo do grupo do qual participava, o habib (querido, em árabe) Kamel Khaled, aconselhou enfaticamente passear com muita atenção ainda dentro do ônibus. E assim fui.
Outro cuidado super necessário na Medina de Túnis refere-se aos condutores de pequenas motos, caminhonetas e bicicletas comuns ou motorizadas. Eles sabem os caminhos, nós, os turistas, não. Você vai ouvir buzinadas, com certeza, porque eles estão certos e têm pressa, sempre, e poderá levar “fininhas”. Mas as coisas são assim.
Sabendo disso e tomando conta dos bolsos e da mochila, dá para curtir a Medina numa boa.


A recomendação, bastante válida do habib Kamel, pelo menos na Tunísia, só valeu mesmo para a Medina de Túnis. As demais que visitei na Tunísia, como a de Sousse, Hammamet e Tezour, são imensamente mais tranquilas.
CHEIROS, CORES E ASSÉDIOS
Adorei caminhar pela Medina de Túnis. O colorido dos produtos artesanais nas lojas, o aroma do café e do chá de menta e os rostos das pessoas são alguns dos aspectos que valorizei no passeio.
Fiquei no local cerca de 45 minutos. Pouco, mas foi o possível. Vale a pena passar muito mais tempo por lá. O grande barato é se perder e, aí, muitas vezes, grandes experiências podem estar à espreita.


Em relação ao assédio — o comercial —, acontece, claro. O comerciante sabe quem é o turista. Após alguma pergunta, como de onde você vem, ou ele vai falando nomes de países esperando que você responda, para sentir a receptibilidade, o convite para entrar na loja e ver os produtos é pronunciado.
Na minha caminhada, como não estava interessado em compras, respondia aos assédios com “obrigado” (muitos lojistas sabem o suficiente de português para efetuar uma venda), “merci” e “chokran” e seguia meus passos.
Em relação às mulheres, deu pra constatar a liberdade que elas têm, se comparada a outras nações árabes, sobre o modo de se vestir e usar os cabelos e maquiagem. Observei desde a que calçava botas, usava jeans, inclusive rasgado, e com os longos cabelos soltos até a que cobria quase tudo, deixando de fora apenas o rosto e as mãos. Vi ainda grupos com mulheres vestidas das duas formas, conversando, rindo. Muito legal tudo isso.
Na semana que estive na Tunísia vi, sim, mulheres de burca. Pela minha contagem, foram duas, no máximo.


A paradinha para um café ou chá é sempre bem vinda. Sentado no sofá ou na cadeira, bebericando e vendo as pessoas passarem, ouvindo o som do idioma árabe ou de outras línguas, é um programa altamente recomendável. Por lá há muitas opções.
Portanto, estando em Túnis, visite e se perca na Medina duarnte o dia. Altamente recomendada, sempre com aqueles conselhos sobre segurança.
SERVIÇO:
Flot Viagens
Lufthansa
Turismo da Tunísia
O QUE GOSTOSO! viajou a convite da Flot Viagens, voando Lufthansa e com apoio do Ministério do Turismo e Artesanato da Tunísia, do Escritório Nacional de Turismo da Tunísia e da Gold Experiences, receptivo da operadora brasileira naquele país