Provamos e adoramos os sanduíches do Nosh

Provamos e adoramos os sanduíches do Nosh

por Claudio Schapochnik

A equação é mais ou menos assim, na minha leitura: escolha exclusivamente um tipo de pão, no caso a pita (ou pão sírio); para o recheio do mesmo, selecione itens da streetfood israelense que, por conseguinte, têm origens árabes, judaicas e europeias, e ingredientes do Brasil; por fim, capriche na apresentação usando a criatividade nata do brasileiro. O resultado chama-se Nosh. Esse é o nome da jovem lanchonete que faz muitas gostosuras, localizado em Santa Cecília, bairro da região central de São Paulo, dos sócios Alon Berlovich e Júlia Friedman. Eles abriram a casa em fevereiro deste ano. Por causa da pandemia de Covid-19, só atendem com retiradas e entregas. Graças a uma gentileza deles, recebi uma amostra da produção deles aqui em casa, e a avaliação geral do pessoal foi unânime: muito bom.

Antes de falar dos sanduíches, vale uma explicação do nome – Nosh. Não é uma palavra portuguesa, é do idioma iídiche. Trata-se de uma língua criada na Idade Média pelos judeus do Centro, do Norte e do Leste da Europa tendo como base o alemão antigo mas, que com o tempo, incorporou palavras de outros idiomas, como o russo. Em relação à escrita, o iídiche usa o alfabeto hebraico (mas pode ser escrito também com o alfabeto latino) e, em relação à pronúncia, possui muitas variantes – depende do país onde nasceu o falante (Alemanha, Romênia, Polônia, Lituânia, Rússia etc).

No alto, o sanduíche arais (foto divulgação) e, acima, a caixinha onde viajam as delícias da casa; adorei as cores e a vovó comendo falafel (fotos Claudio Schapochnik/Que Gostoso!)

O iídiche integra a identidade cultural dos judeus asquenazitas, oriundos daquele Centro-Norte-Leste da Europa, dos quais fazem parte seguramente os ancestrais de Alon e Júlia – e os meus também, no caso Lituânia e a antiga Bessarábia (hoje Moldova). E Nosh significa na tradução para o português comida, também lanche ou ainda rango, portanto tudo a ver com o negócio da dupla de empreendedores do ramo gastronômico.

O sanduíche de falafel (foto divulgação)

OS TIPOS DE RECHEIOS
Atualmente o cardápio do casa oferece 12 opões de sanduíches, sendo quatro hambúrgueres e oito que os sócios agruparam com o nome de sanduba.

Vale destacar que a pita que Alon e Júlia usam não é demasiadamente grossa, como a de uma grande rede de esfiharias, nem demasiadamente finas, como são algumas marcas presentes nos mercados. É um tamanho médio que “aguenta o tranco” do recheio, não se desfazendo na parte de baixo.

Sobre os recheios, há os de origem árabe como a tahine (molho de gergelim), a própria pita, a kafta (bolinhos assados de carne moída temperada) e os bolinhos de falafel – feitos de grão de bico, possivelmente criado no Egito milênios atrás; e de origem europeia como pastrami (peito bovino), repolho roxo, picles de pepino e schnitzel (filé empanado, no caso há de frango e peixe). É com estas gostosuras, entre outras, que a casa produz os sanduíches.

O sanduíche de schnitzel de peixe

AS PROVAS
Aqui em casa sugeri – e o Nosh graciosamente atendeu – o seguinte pedido: um arais (foto no início do texto/divulgação), um x-búrguer, um falafel, schnitzel de peixe e um tahine cookie. Em relação à sobremesa, que abordei no Que Gostoso!, é sensacional, deliciosa e criativa. Para ler o texto, clique aqui.

O arais e o x-búrguer foram saboreados pelos meus enteados, cada um comendo uma opção. O arais me chamou demais a atenção. Nossa, pareceu ser excepcional. Trata-se de carne moída à moda israelense com queijo. Bem fininho, bem assado… Será minha opção, com certeza, num pedido futuro no Nosh.

O meu sanduba foi o schnitzel de peixe. Maravilhoso! Dois filezinhos de peixe empanados, com repolho roxo, vinagrete de tomate, chips de couve e maionese de mostarda e mel na pita. Tudo combinou bem e me satisfez. Poderia ter vindo mais maionese.

Acima e embaixo, o meu delicioso sanduíche de schnitzel de peixe

Dei umas mordidas no falafel saboreado pela minha esposa. Além dos bolinhos, continha pickles de pepino e cebola, repolho roxo, berinjela grelhada e tahine barbecue (veggie).

Gostei que, assim como na outra casa do Alon, o Pinati, os bolinhos de falafel do Nosh estavam íntegros – não aquela “farofa” – com todo respeito a este prato, que amo de paixão – de falafel, que é servido em muitos lugares aqui em São Paulo. Nestes locais, amassam o bolinho e, na minha opinião, estragam o sanduíche.

Já em relação ao tahine, no caso o barbecue, não gostei. Prefiro o original.

O bacana é que o cardápio da casa contempla muito bem a fome dos cada vez mais numerosos veganos, que não comem nada de origem, animal. Há o falafel e o sanduba de couve-flor.

O atual cardápio da lanchonete (reprodução)

A EMBALAGEM
Todo o pedido chegou numa sacola de papel. Os sandubas e o tahine cookie estavam acondicionados numa caixinha lacrada com adesivo e envolto num papel. Tudo caprichado e, como se diz na gíria atual, “viajaram bem”. Chegaram quentinhos. Adorei a logomarca, o desenho de uma vovó e as cores. Tudo de bom gosto, caprichado.

Em cima e embaixo, a sacola de papel para entregas da casa (frente e verso)

Cotação: o Nosh é uma inovação no cenário gastronômico paulistano, com proposta e sanduíches bem saborosos. Vida longa à casa!

Recomendo tranquilamente.

SERVIÇO:
Nosh
Rua Baronesa de Itu, 126, Santa Cecília, São Paulo/SP
Entregas via Ifood e Rappi
Pedidos para retirada: via Direct no Instagram
Horário: terça a domingo, das 18h às 22h
Instagram

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