por CLAUDIO SCHAPOCHNIK_No deserto/TUNÍSIA
No Sul da Tunísia, o deserto, primeiro aquele com pedras e tufos de plantas e, depois, aquele desenhado na mente do brasileiro, de areia fina e de duna seguida de duna, dá as caras. E tem mais: sol muito forte e aquele calor superior a 35° C. Mas deserto também é entretenimento.



No roteiro que fiz com o grupo de agentes de viagens brasileiros, conheci um pedacinho do Chott El Jerid, o maior lago salgado do país, a 600 quilômetros ao Sul de Túnis, e fiz um passeio sensacional de dromedário — outros profissionais de turismo preferiram o tour de quadriciclo.
O Chott El Jerid tem uma superfície de 7 mil quilômetros quadrados e é o maior lago salgado do Norte da África, onde fica o Saara — deserto, em árabe.
É um lago classificado como um nome bem esquisito: endorreico, ou seja, cuja água não deságua no mar e que ocorre mais em áreas desérticas.



Quando o ônibus parou num trecho da rodovia que cruza o lago, desci e olhei para os dois lados e me perguntei: “Ué, cadê a água?” Aí vi que a água, e salgada, está embaixo da terra e só “escapa” para a superfície em determinados trechos quando, por exemplo, há a exploração de sal. E, de fato, há uma empresa que explora o mineral pertinho da parada.
Por questões químicas e também pela luminosidade, a cor dessa água na superfície pode variar bastante. No trecho que o grupo parou era de um tom laranja-avermelhado. Lindo.
No trecho também vi alguma miragem, pois esse fenômeno ótico ocorre por lá e engana mesmo. Uma doidera! Andei no leito seco do lago e achei o lugar incrível.



COMO NAS CARAVANAS
Num outro ponto do deserto, já com areia e sem dunas, o grupo foi dividido em dois: agentes que preferiram andar de dromedário (Camelus dromedarius), e agentes que optaram em dirigir um quadriciclo. Eu fui com aqueles que escolheram andar em cima da corcova do primo do camelo.



A princípio fiquei com medo. Até então só havia subido num dromedário uma vez. Foi em Petra, na Jordânia, anos atrás. A experiência no momento que o animal levanta e se acomoda no chão foi bem traumática. Nesses dois movimentos, quase — por pouco mesmo —, fui arremessado do lombo do bicho e poderia ter me machucado.
O bicho é muito forte, pode chegar a 600 quilos quando adulto, viver até 30 anos e ficar sem beber água por até 15 dias.
A carne de dromedário, segundo disse o guia de turismo do grupo, Kamel Khaled, “tem 0% de colesterol”. Sim, a carne do animal é consumida na Tunísia. “Só os mais jovens são abatidos porque depois a carne fica dura”, explicou ele.


Voltando à minha experiência com o dromedário, fui instruído pelo tunisiano que conduziria o animal por uma corda a sentar no lombo. Segurei firme num arco de ferro que integra a montaria, pois pensei que poderia ser arremessado. Ledo engano.
O dromedário levantou-se de um modo mais light do que o parente dele jordaniano. Assim minha ansiedade e meu medo passaram. Que bom.
O condutor levou dois dromedários: o meu e da agente de viagens Catarina Margini, da Rodritur, de São Paulo. A “caravana”, pois outros tantos profissionais de turismo já estavam no lombo dos animais com seus condutores, teve início.
Andar em cima do dromedário foi sossegado, tranquilo. Lembrei-me, ao ver aquele deserto todo de areia fininha e ter eu na condição de momento, cenas de Gênesis (Record TV), onde Abraão, Isaque e Jacó usavam esses animais no transporte de pessoas e cargas.
Adorei demais o passeio e o repetiria numa boa.


A outra parte do grupo fez um outro roteiro de quadriciclo, pois não os vi. Imagino que tenha sido bacana também.
Seja qual foi a escolha, creio que o passeio agradou a todos. É… O deserto prefiro assim, como conhecimento e entretenimento. Valeu.
SERVIÇO:
Flot Viagens
Lufthansa
Turismo da Tunísia
O QUE GOSTOSO! viajou a convite da Flot Viagens, voando Lufthansa e com apoio do Ministério do Turismo e Artesanato da Tunísia, do Escritório Nacional de Turismo da Tunísia e da Gold Experiences, receptivo da operadora brasileira naquele país