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Hervás serve notável comida, inclusive sefardí

por CLAUDIO SCHAPOCHNIK_Hervás/ESPANHA*

Pequenina, graciosa, cercada de montanhas verdes e com uma população orgulhosa de sua terra, Hervás, na Comunidade Autônoma da Extremadura, no Oeste da Espanha e perto da fronteira com Portugal, serve ótima comida. Há pratos bastante saborosos e receitas incríveis, algumas originárias da cozinha dos judeus espanhóis (sefardíes) que viveram na cidade séculos atrás, antes da expulsão assinada pelos Reis Católicos, Isabel e Fernando, em 1492.

Na minha curta estada na cidadezinha, com a maior parte das ruas exclusivas para pedestres, com o grupo do qual fiz parte com interesse pelo passado israelita de Hervás, conheci e provei três casas. Foram os restaurantes El Almirez e Nardi, ambos no centro, e a nano vinícola do Felipe, ao lado do bairro judaico e em frente ao rio Ambroz.

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No alto, entrada do Restaurante Nardi, pimentão sem pele com anchova e azeite de oliva, e, acima, edifício no centro de Hervás; embaixo, em técnica de papier mâché, os Reis Católicos no Centro de Recepção de Turistas da cidade (foto Claudio Schapochnik/Que Gostoso!)

Cheguei em Hervás no início da noite. O jantar foi no El Almirez, aberto em 1997. Casa pequena, cálida e familiar. Adorei.

Acompanhado de vinho, o jantar foi vegetariano: salada com queijo, risotto de cogumelos e, como sobremesa – cada pessoa do grupo escolhia a sua –, pedi uma judaico-espanhola. Assim estava marcada no cardápio: nuégados com helado de nueces (postre tradicional de la cultura judía de Hervás) hecho con miel y las nueces de nuestros bosques – nugats com sorvete de nozes (sobremesa tradicional da cultura judaica de Hervás) feita com mel e nozes dos nossos bosques.

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Entrada do restaurante…
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…e o interior do mesmo

A salada estava ótima, com destaque para o tomate e o salgadinho e firme queijo. Que gostooooooso! Logo após veio o risotto, bem quentinho e com uma espécie de cogumelo que não conhecia. O prato estava bastante saboroso. Show. Que gostooooooso!

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A salada
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O risotto de cogumelo
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No cardápio do El Almirez, prato da cultura sefardí (último de cima para baixo)

A sobremesa… Minha escolha foi feliz, pois me agradou bastante e teve a componente afetiva com a origem da mesma – embora eu seja judeu asquenazita, ou seja, de origem do Centro, Norte e Leste da Europa, mais precisamente da Lituânia e Bessarábia (depois Ucrânia e Moldova), de onde vieram meus avós.

No entanto, nessas outras regiões europeias citadas acima os judeus usavam também mel e amêndoas em suas receitas.

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A sobremesa que fez a ponte com o passado
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Descrição da sobremesa (quinta de cima para baixo) no menu
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Detalhe do recheio do nugat

A liga feita com nozes e mel, que recheava o nugat, de massa finíssima, me agradou bastante: crocante e doce na medida certa. O sorvete também estava muito bom. Que gostooooooso!

No dia seguinte, ao chegar ao bairro judaico, que fica na parte baixa de Hervás, o grupo parou em frente à Bodega de Felipe. Lá o simpaticíssimo dono, o próprio Felipe, ofereceu pequenas doses do seu vinho jovem, que permanece apenas um ano nas barricas de madeira. A bebida recebe o nome de pitarra. O negócio foi herdado do pai dele.

Na bodega, Felipe comercializa ainda mel e pimenta em conserva no vinagre de vinho. Provei a pitarra e a pimenta e adorei ambas. Que gostooooooso! Foi um aperitivo delicioso para o super almoço que viria a seguir.

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Felipe deseja salud com a pitarra (vinho jovem) na sua bodega
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Felipe na frente de seu estabelecimento

A refeição ocorreu no Nardi, pertinho do Centro de Recepção de Turistas da prefeitura. Àquele momento fazia bastante calor que só queria saber de ficar na sombra. Ao entrar no restaurante… Ah, o ar-condicionado. Que gostooooooso!

O Nardi também fica numa rua peatonal – só para pedestres. A casa familiar foi aberta em 1980, e em 2005 passou por uma reforma. Na cozinha, José Miguel Sánchez, filho do cozinheiro fundador, e sua esposa, Vega Serrano, preparam as delícias.

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A entrada do restaurante Nardi

No bonito salão do Nardi, o almoço começou com um creme de abóbora e cogumelo maravilhoso. Linda cor e com um generoso fio de azeite de oliva – estamos na Espanha! Que gostooooooso!

Logo depois chegou o meu destaque gastronômico de Hervás: a entrada de pimentão vermelho (sem pele) com anchova e azeite de oliva em quantidade.

Outro prato no estilo menos é mais: pimentão macio, anchova salgadinha e azeite espanhol. Uma perfeição. Que gostooooooso!

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O creme como entrada
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A maravilhosa entrada de pimentão, anchova e azeite de oliva

Como principal, chegou à mesa um magnífico pernil de cordeiro, guarnecido por batata e pimentão verde. Carne assada, macia e molhadinha servida com um molho sensacional, que foi ideal pra comer com os vegetais também assados. Adorei. Que gostooooooso!

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O editor do QUE GOSTOSO!, Claudio Schapochnik “Schapo”, mostra a sobremesa sefardí do El Almirez

Fiquei tão satisfeito que nem prestei atenção na sobremesa.

Super recomendo os três lugares. Ah… Come-se e bebe-se muito bem em Hervás.

SERVIÇO:
Restaurante El Almirez
Calle del Collado, 19
www.restauranteelalmirez.com

Nardi Restaurante
Calle Braulio Navas, 19
www.restaurantenardi.com

Turismo da Espanha
Red de Juderías de España
Turismo de Hervás

*O QUE GOSTOSO! viajou a convite do Turismo da Espanha e da Red de Juderías de España

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