São Luís abre Museu da Gastronomia Maranhense

com informações da Agência São Luís

O prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior, realizou mais um investimento que integra o conjunto de iniciativas executadas para a valorização do Centro Histórico da capital do Maranhão. Ele inaugurou o Museu da Gastronomia Maranhense na semana passada (quinta-feira, dia 13 de junho), um espaço permanente de capacitação na área da gastronomia local. O projeto é resultado de parceria com o Ministério do Turismo e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

“Com a criação de mais este espaço, vamos ofertar à população e aos turistas mais uma alternativa de entretenimento cultural. Além disso, o Museu da Gastronomia Maranhense é mais uma iniciativa pensada para a revitalização do nosso Centro Histórico e para estimular a visitação à área que, por si só, já tem tanta representatividade cultural da nossa história”, afirmou o prefeito Holanda Júnior.

O museu ocupa um dos mais belos casarões coloniais da Rua da Estrela, amplamente restaurado para contar a história da culinária maranhense aos visitantes locais e a turistas, que poderão se deleitar com os sabores regionais e apreciar todos os elementos que compõem a cozinha de raiz da culinária maranhense.

O casarão do século 19 onde funciona o novo museu (fotos Maurício Alexandre/PMSL)

“Com a parceria celebrada entre o Iphan e a Prefeitura de São Luís estamos oferecendo ao público um novo espaço. Então, além da restauração, estamos dando uso a este local e tornando-o mais um equipamento cultural de suma importância tanto para a sociedade de São Luís quanto para aqueles que nos visitam”, destacou o superintendente do Iphan no Maranhão, Maurício Itapary.

“Esse é um espaço que vem agregar valor às demais iniciativas que vêm sendo desenvolvidas para a valorização de toda essa área do Centro Histórico de São Luís. Sem dúvida, uma ação que contribuirá muito com o turismo na cidade”, disse o secretário de Estado do Turismo, Catulé Júnior.

SABORES
Dentre os pratos, as bebidas tradicionais e as representações da culinária local, o Museu da Gastronomia Maranhense destaca o cuxá e o arroz de cuxá, a torta de camarão e de caranguejo, o doce de abóbora e de buriti, além de bebidas diversificadas como sucos e licores de frutas típicas da região, como o bacuri, cupuaçu, buriti, murici, juçara, jenipapo, o guaraná Jesus, a cachaça tiquira e tudo o mais que compõe o leque de sabores da gastronomia local.

No museu, estão representados também os diversos festivais gastronômicos que marcam o calendário maranhense, como a Festa da Juçara, por exemplo, que ocorre anualmente no bairro Maracanã. Assim como também os festejos populares, a exemplo do São João de São Luís e seus elementos folclóricos como o bumba meu boi, com suas variações de sotaques, ritmos, indumentárias e instrumentos musicais.

Celeiro de produtos, especiarias e artesanato do Maranhão, a Casa das Tulhas, a Feira da Praia Grande, localizada no coração do Centro Histórico de São Luís, também está representada no Museu da Gastronomia do Maranhão. O espaço é rico na sua arquitetura colonial e também no quesito imaterial – a arte, cultura e a culinária maranhense – presentes em seus ambientes onde podem ser encontrados produtos como camarão e peixes secos, temperos diversos, farinhas, castanhas, cachaças artesanais, licores e outras bebidas tradicionais.

O visitante também vai poder se encantar com a Casinha da Roça, uma representação das casas localizadas na zona rural do interior do Maranhão. A decoração da Casinha da Roça inclui objetos domésticos peculiares a essas residências, como a lamparina, pilões, fogareiros, cofos, gamelas e, no seu interior, brincantes que dançam e cantam enquanto preparam pratos típicos, que representam a antiga e tradicional população maranhense.

Ala dedicada às bebidas
Panelas típicas ( à esq.)

Nos espaços do museu também estão expostos objetos típicos das cozinhas locais, como a bateria, uma estrutura de ferro criada para guardar panelas e outros utensílios domésticos comumente encontrada nas casas do interior do Maranhão.

Também os manguezais, que constituem um papel importante para o ecossistema maranhense, terão representatividade no museu. É dos manguezais que advêm diversos produtos que compõem as iguarias da tradicional culinária local, como o caranguejo, o sururu e o sarnambi. A representação no museu será por meio de fotos e painéis.

Nem mesmo o picolé e o sorvete de coco tão apreciados pelos maranhenses foram esquecidos e, como elementos tradicionais dos sabores locais, também ganharam espaço de destaque no Museu da Gastronomia Maranhense. Produzido e consumido diariamente por milhares de moradores e turistas que visitam a cidade, o produto será apresentado no local como é tipicamente vendido por aqui: na tina.

REVITALIZAÇÃO
O Museu da Gastronomia do Maranhão soma-se a outras obras que vêm sendo executadas pelo Iphan em parceria com a Prefeitura de São Luís e Governo do Estado, visando à revitalização do Centro Histórico da capital, a exemplo do Complexo Deodoro e da Praça Dom Pedro 2°, entregues em dezembro passado, da Rua Grande, que está com obras em andamento, e do casarão 195 e 205 da Rua da Palma, destinado a habitação social e requalificação da área central da cidade.

O prédio do Museu da Gastronomia do Maranhão teve o seu projeto arquitetônico conservado. Durante a reforma do espaço para criação do museu, foram realizados serviços estruturais como os de reparação elétrica, hidráulica e recuperação de piso e forro no sentido de preservar a maior parte da estrutura original do ambiente.

O imóvel está inserido no Centro Histórico de São Luís como parte integrante do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Cidade de São Luís – MA, tombado pelo Governo Federal, por meio do Processo N.º 454-T-57, e também faz do conjunto arquitetônico tombado pelo Governo do Estado por meio do Decreto 11.592 de 12/10/1990.

Mais bebidas e comidas do acervo do museu
Representação do vendedor de sorvete de coco

HISTÓRIA
Edificado no século 19, o sobrado da Rua da Estrela, 82 apresenta características arquitetônicas das construções do período áureo da economia maranhense, que se inicia após a criação, em 1755, da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, empreendimento estruturado pelo Marquês de Pombal, ministro de Dom José 1° (1750-1777), que estimulou a produção agrícola por meio de financiamento para a aquisição de ferramentas e mão de obra escrava, colocando o Maranhão no circuito internacional de exportação, tendo como principais produtos o algodão e arroz.

O imóvel apresenta, no trecho do cunhal em pedra de lioz, na face voltada para a Rua da Estrela, uma inscrição do século 19, que indica o nome do proprietário e a data provável da construção: “Caetano José Teixeira fez edificar essa propriedade…”. Porém a data não está explicitamente definida na inscrição.

Para visitação, o local funciona de segunda à sexta, das 8h às 19h e aos sábados, das 8h às 12h.

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