por Claudio Schapochnik
Atrás de uma pequena porta de aço na rua Anhaia, no bairro do Bom Retiro e região central de São Paulo, fica um lugar que transborda de gostosuras 100% gregas. Há vinhos, destilados, frutas em conserva, azeitonas de vários tipos e formas e, claro, azeite de oliva – neste caso produzido há cinco gerações pela mesma família. Trata-se do Empório Grego, fundado há dez anos pelo pra lá de simpático ateniense-bomretirense Spyros Patseas.

A fundação do Empório Grego – e a atuação como importador de produtos alimentícios – decorrem de um “empurrão” de um primo de Patseas. “Ele havia mudado recentemente da França para a Grécia com a família e insistiu, num encontro em Atenas há 11 anos, para que eu levasse amostras do azeite de oliva produzido em terras familiares há cinco gerações. Eu acabei trazendo, e o produto foi bastante elogiado, com gente já querendo comprar. Aí resolvi entrar nesse ramo”, conta ele.
Patseas, que é arquiteto de formação e veio do segmento têxtil, fala português fluente e, pelo menos na minha opinião, não carrega nenhum tipo de sotaque. “Cheguei ao Brasil em 1960”, justifica o importador. “Morei cinco anos em Belo Horizonte e depois me mudei pra São Paulo”, emenda ele. “Aqui na capital paulista sempre vivi no Bom Retiro”, frisa ele, com orgulho.



Muitos imigrantes gregos escolheram o bairro paulistano para se fixar no novo país e lá desenvolver família e negócio. Assim como fizeram italianos, latino-americanos – sobretudo bolivianos –, judeus de variadas origens e coreanos, entre outros povos. Essa mistura com os brasileiros fez com que o Bom Retiro se tornasse um dos bairros mais cool e mais diversos, em muitos aspectos, do País. Na área da alimentação, há muitas delícias para conhecer, como por exemplo o Empório Grego.
AZEITE É VIDA
O core-business de Patseas é o azeite produzido pelos seus familiares que recebe, no Brasil, a marca 100% grega: ZΩH – Zoí, na transliteração; e vida, na tradução para o português.
“O nosso azeite ZΩH vem de um olival sem qualquer uso de agrotóxicos com 3 mil árvores do cultivar Koroneiki, em uma área de 150 mil metros quadrados na região de Messinia/Kalamata em Peloponeso”, explica o dono do Empório Grego. “Esta região, no Sul da Grécia, responde por cerca de 40% do total da produção de azeitonas e 36% do azeite do país”, emenda ele.



Em relação à produção do ZΩH, Patseas assegura que “a colheita é artesanal – entre dezembro e janeiro, reproduzindo as práticas da Antiguidade –, jamais misturamos azeites, que são sempre embalados na origem e processados mecanicamente a frio e, de acordo com laudos e certificados de análise laboratorial, conseguimos uma acidez baixa em torno de 0,3% a 0,4%”.
O azeite ZΩH é vendido no Empório Grego nas seguintes versões e como os seguintes preços: 500 ml – lata (R$ 29,90) e garrafa (R$ 32,50); um litro – garrafa (R$ 62,50); três litros – lata (R$ 185); e cinco litros – lata (R$ 295).
“Tanto em relação ao azeite de oliva quanto aos demais produtos, o meu forte é o atacado, como hotéis, mercados e restaurantes, mas também vendo no varejo aqui na loja e despacho para todo o País”, explica Patseas. “Em breve teremos um super site vendedor”, anuncia ele.


BEBIDAS, AZEITONAS E DOCES
Nas prateleiras do Empório Grego há ainda bebidas, entre vinhos (tinto, branco e rosé) e outras opções típicas daquele país, azeitonas, frutas e doces.
Patseas destaca três bebidas produzidas pela família Kardasi: Ouzo (R$ 99), Tsipouro (R$ 129) e licor de Mastic (R$ 149) – todos em garrafas de 700 ml cada. Ele explica o que são: “Ouzo é o arak grego, destilado de anis (40% de álcool); o licor é à base de uma resina natural de uma árvore; e o Tsipouro é uma aguardente (40% de álcool) de uva moscatel”.


Ele destingue ainda uma outra bebida típica de seu país: o Paleo. “É feito com canela e maçã, semi frisante e deve ser servido gelado. É uma delícia e ótima opção de presente.” A garrafa sai por R$ 99 cada.
O importador fala muito bem do Vissino (450 gramas, R$ 59). “É um doce super grego com receita caseira, de cerejas silvestres em calda”, descreve ele. “Isso não tem no Brasil, é uma delícia e pode ser parte de vários pratos”, emenda. Um outro doce, que não poderia faltar é claro, é o pêssego em calda. É apresentado em embalagem de vidro, bem mais bonita e chamativa que as de lata, com 680 gramas, e custa R$ 22.



Em relação às azeitonas, as pretas (Kalamata) custam R$ 59 (1 kg) e R$ 118 (2 kg). Há ainda um delicioso patê, que provei em casa como canapé e no molho do macarrão e super recomendo, que sai por R$ 16,50 na embalagem de vidro de 190 g. Uma outra azeitona preta, no caso a Troumbas de Thassos, é vendida “prensada” num pacote selado a vácuo de 2,5 kg a R$ 195 cada. Também provei e é ótima. Em relação às azeitonas verdes, há duas versões: a de 720 g (R$ 39) e a recheada de pimentão vermelho de 350 g (R$ 31,50).
Os preços que listo neste texto foram apurados na data de minha visita ao Empório Grego, no dia 1° de julho passado. Portanto, não me responsabilizo se ocorrer aumentos posteriores.

Então, a dica é válida: fácil acesso, variedade de produtos para comer e beber, tudo 100% grego e com um atendimento super simpático do Spyros Patseas. Super recomendo!
SERVIÇO:
Empório Grego
Rua Anhaia, 270, Bom Retiro, São Paulo/SP
Horário de Atendimento: de segunda à sexta, das 9h às 17h
Tel. (11) 3334-0404 e Whats App (11) 99979-8281
Email: emporiogrego@bol.com.br
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