por Claudio Schapochnik_Paris/FRANÇA
No dia 9 de janeiro de 2015, Paris foi sacudida por dois atentados terroristas perpetrados pelo Estado Islâmico: um na redação da publicação satírica Charlie Hebdo e um no supermercado kasher Hyper Cacher. Ao todo, 17 pessoas morrerarm — sendo quatro no estabelecimento israelita, que fica perto da Porta de Vincennes, no leste da capital francesa.
Em junho de 2016, portanto um ano e meio após o atentanto no Hyper Cacher, estava em Paris com minha família passando férias. Aí numa das noites, pensei em fazer um lanche no apartamento que alugamos no tradicional bairro do Marais.

Ainda que no Marais há mercadinhos judaicos, pois é um bairro de grande concentração de judeus, pensei: “Vou até o Hyper Cacher, quero conhecer o lugar onde ocorreu aquele atentado e fazer as compras por lá — afinal, comprando lá deixa o estabelecimento vivo, atendendo a comunidade e empregando pessoas”.
Peguei o metrô e desci bem perto do Hyper Cacher. Ao lado da entrada havia três soldados franceses bem armados. Entrei e fiz minhas compras, algo como pepino em conserva, queijos, talvez hering (arenque), chalá (pão judaico) ou pão preto etc.
O mercado estava cheio de gente e fiquei pensando os momentos de terror vividos ali quando um terrorista invadiu armado o lugar. Meu Deus!
Peguei a fila do caixa, paguei e sai com minha mochila com sacolas de compras dentro. Queria fazer fotos, pelo menos, da fachada do Hyper Cacher, mas a segurança do exército francês causava um certo “impedimento”.
Mesmo assim tirei (aqui reproduzidas) e, acredito, que os soldados viram que eu tinha entrado e agora tinha saído do lugar.

Mesmo assim, um dos soldados me perguntou o motivo da fotografia. Disse, em francês, que era jornalista e estava apenas documentando a fachada, algo assim. O militar não perguntou mais e fui embora.
Meia hora depois, mais ou menos, estava no apartamento. O nosso era no último de cinco andares — sem elevador!
Contei para minha esposa e meus enteados onde fui comprar e coloquei as coisas em cima do balcão da cozinha. Hummmm… Foi um lanche bem gostoso!
Adoro, em viagens, em pelo menos uma noite, fazer o jantar ou o lanche dentro do quarto do hotel com produtos comprados em mercearias, mercados, feiras do local onde estou. Este é o tema desta editoria do QUE GOSTOSO!, a Lanche no Quarto.